Impacto do Clima na Saúde do Gado: Soluções

published on 23 June 2025

O clima extremo está afetando a pecuária no Brasil, causando prejuízos de até R$ 8,1 bilhões ao ano. O estresse térmico prejudica a saúde e a produtividade do gado, reduzindo a produção de leite em até 5 litros por dia e aumentando a mortalidade de bezerros. A situação exige mudanças urgentes no manejo e na adoção de tecnologias. Veja as principais soluções para enfrentar esse desafio:

  • Sombra e Sistemas Silvipastoris: Reduzem o calor e melhoram o bem-estar dos animais.
  • Ventilação e Aspersão em Confinamentos: Climatizam ambientes e aumentam a eficiência reprodutiva.
  • Ajustes Nutricionais: Dietas específicas ajudam a minimizar os efeitos do calor.
  • Melhoramento Genético: Raças adaptadas ao calor, como Nelore e Senepol, são mais resistentes.
  • Tecnologia e Monitoramento: Sensores e sistemas de IA facilitam a gestão e o manejo preventivo.
  • Práticas de Manejo Sustentáveis: Pastejo rotacionado e gestão eficiente da água aumentam a resiliência.

A combinação dessas estratégias pode proteger o gado, aumentar a produtividade e preparar a pecuária brasileira para os desafios climáticos.

Como as Mudanças Climáticas Afetam a Saúde e Produção do Gado

As mudanças climáticas têm um impacto direto na fisiologia dos bovinos, comprometendo sua produtividade. O estresse térmico ocorre quando o calor gerado pelo animal supera sua capacidade de dissipá-lo para o ambiente. Esse desequilíbrio desencadeia uma série de problemas de saúde, afetando desde o sistema imunológico até a reprodução.

Efeitos do Estresse Térmico no Organismo dos Bovinos

O estresse térmico provoca alterações no corpo dos animais que comprometem seu bem-estar e desempenho. Com o aumento das temperaturas, os bovinos passam a respirar mais rápido, seus batimentos cardíacos aceleram e a temperatura corporal aumenta, dificultando a liberação do calor.

Uma das consequências mais imediatas é a redução no consumo de alimentos. Para produzir menos calor metabólico, os animais diminuem a ingestão de comida, o que afeta diretamente o ganho de peso e a eficiência reprodutiva. Além disso, o sistema imunológico enfraquece, já que o organismo prioriza a regulação da temperatura em detrimento das defesas naturais, deixando os bovinos mais suscetíveis a doenças.

A reprodução também sofre impactos severos. Nas fêmeas, o calor excessivo prejudica o desenvolvimento dos óvulos e o funcionamento reprodutivo, enquanto nos machos afeta a produção e a qualidade dos espermatozoides. Durante a gestação, especialmente nos últimos meses, o estresse térmico pode interferir no desenvolvimento da placenta, causando hipóxia fetal e desnutrição. Isso resulta em bezerros com baixo peso ao nascer e maior mortalidade.

Esses efeitos fisiológicos variam de intensidade dependendo das características regionais do Brasil.

Desafios Regionais na Produção de Carne e Leite

Os impactos das mudanças climáticas sobre a pecuária se manifestam de formas diferentes nas regiões brasileiras, com o Centro-Oeste sendo uma das mais afetadas. Essa região, que abriga 36% do rebanho nacional, enfrenta ondas de calor e secas prolongadas que dificultam a produção.

No Centro-Oeste e Sudeste, períodos de estiagem severa têm levado a perdas de peso significativas nos rebanhos e ao aumento da mortalidade de bezerros. A degradação acelerada das pastagens, causada por temperaturas mais altas e chuvas escassas, força os animais a percorrerem maiores distâncias em busca de alimento e água.

"Quando a temperatura aumenta e chove menos, as plantas produzem menos folhas e a qualidade da folha também muda: o teor de proteína começa a cair - encontramos uma queda entre 20% e 30%."

  • Carlos Alberto Martinez Y Huaman, Professor, USP Ribeirão Preto

A pecuária leiteira, por sua vez, enfrenta desafios ainda mais delicados. Vacas leiteiras são particularmente sensíveis ao estresse térmico, o que resulta em quedas acentuadas na produção de leite. Por exemplo, uma vaca que normalmente produz 41,5 kg de leite por dia em condições ideais precisa consumir cerca de 135 kg de água diariamente. Com o aumento das temperaturas, essa necessidade pode dobrar ou até quadruplicar.

No Sul, região conhecida pela produção de leite, o aumento das temperaturas não só reduz a produtividade, como também eleva a incidência de mastite. O estresse térmico enfraquece o sistema imunológico das vacas, deixando-as mais vulneráveis a infecções mamárias.

Os impactos econômicos também são alarmantes. Estima-se que as perdas anuais na pecuária brasileira variem entre R$ 3,5 bilhões e R$ 8,1 bilhões. Além disso, os prejuízos relacionados à escassez de água podem alcançar R$ 29,86 bilhões, podendo subir para R$ 44,57 bilhões até 2030.

"Sem água, não há possibilidade de ter qualquer tipo de produção de proteína animal ou vegetal."

  • Gherman Araujo, Pesquisador, Embrapa Semiárido

As projeções climáticas indicam um futuro ainda mais desafiador, com o aumento do estresse térmico no Sul e Sudeste e o agravamento do estresse extremo no Norte e Centro-Oeste, especialmente durante a primavera e o verão. Até o final do século, mais de um bilhão de vacas ao redor do mundo poderão sofrer com o estresse térmico, evidenciando a necessidade de mudanças urgentes nas práticas de manejo e na adoção de tecnologias que garantam a sustentabilidade da pecuária brasileira.

Soluções para a Saúde do Gado e Proteção Climática

Com as mudanças climáticas impactando diretamente a pecuária, produtores e empresas do setor têm buscado formas de proteger o gado e manter a produtividade em alta. Essas estratégias combinam práticas tradicionais com tecnologias modernas, oferecendo alternativas viáveis e práticas.

Sombra Artificial e Sistemas Silvipastoris

Proteger o gado do calor é essencial, e estruturas de sombra têm se mostrado uma das soluções mais acessíveis. Pesquisas apontam que áreas sombreadas podem reduzir a carga de calor radiante em até 30% e baixar a temperatura ambiente em até 7,6°C.

Os sistemas silvipastoris, que integram árvores às pastagens, são outra abordagem eficiente. Por exemplo, o uso de eucaliptos cria microclimas que reduzem a temperatura entre 2°C e 9°C, melhorando o bem-estar dos animais.

Um estudo da Universidade da Flórida, realizado no verão de 2019, acompanhou 24 vacas Angus e 24 Brangus com suas bezerras. O uso de sombra artificial – estruturas de 11×7,3 m e 2,4 m de altura – gerou resultados expressivos: um ganho de peso por área 11,4 kg/ha maior e um ganho médio diário pré-desmame 0,14 kg superior para os animais sob sombra. Além disso, vacas com acesso à sombra passaram de 29% a 34% mais tempo ruminando. Para evitar competição e garantir proteção eficiente, é recomendado oferecer pelo menos 3 m² de área sombreada por animal.

Ventilação e Aspersão em Confinamentos

Em sistemas intensivos, a climatização dos espaços é uma ferramenta poderosa. Combinando ventilação e aspersão, é possível criar um ambiente mais confortável, reduzindo a temperatura e aumentando a umidade, o que facilita a dissipação do calor.

Os resultados são claros: melhora na eficiência reprodutiva, especialmente em vacas leiteiras, que sofrem com quedas nas taxas de concepção durante ondas de calor. Além disso, há um ganho de peso mais consistente e uma menor incidência de doenças respiratórias em bovinos de corte. Um ambiente mais fresco também demanda ajustes na alimentação para manter os níveis de energia dos animais.

Ajustes Nutricionais para o Estresse Térmico

Empresas como DSM e Trouw Nutrition têm desenvolvido estratégias nutricionais para minimizar os efeitos do estresse térmico. Durante períodos de calor, a demanda energética dos bovinos pode aumentar entre 10% e 30%. Assim, dietas ajustadas com forragens de alta qualidade e suplementos de gordura são essenciais, já que produzem menos calor metabólico.

O consumo de água também cresce, podendo aumentar de 20% a 50%, enquanto a perda de potássio é significativa. Para vacas leiteiras, é crucial monitorar a relação entre temperatura e umidade. Como explica Leonardo Corso, veterinário e Gerente de Produto de Ruminantes da De Heus:

"Para as vacas leiteiras, precisamos avaliar a relação entre temperatura e umidade. Quanto mais elevado estes dois índices, pior é para o animal."

A suplementação com aditivos como leveduras, probióticos, betaína e antioxidantes, além da reposição de minerais como potássio, sódio e magnésio, ajuda a manter a saúde ruminal e compensa perdas causadas pelo calor.

Melhoramento Genético e Cruzamentos Tolerantes ao Calor

A genética também desempenha um papel importante na adaptação ao calor. Selecionar raças mais adaptadas ao clima é uma abordagem eficaz. Raças como Senepol, conhecidas por sua tolerância ao calor e resistência a insetos, e zebuínas, como o Nelore, amplamente adaptadas a climas tropicais, são exemplos notáveis.

Um estudo da Fazenda Sucupira, da EMBRAPA, destacou que as raças Junqueira e Nelore são as mais adaptadas ao clima local, enquanto Mocho Nacional e Holandesa apresentaram menor tolerância. Cruzamentos entre zebuínas e raças europeias têm combinado resistência ao calor com maior produtividade, tanto de leite quanto de carne. Além disso, raças como o gado Criollo, com fenótipo "slick" – pelagem curta e lisa – apresentam melhor termorregulação.

As raças nativas brasileiras, adaptadas ao longo de séculos, também são valiosas. Desenvolvidas a partir de animais trazidos pelos colonizadores, elas passaram por seleção natural e adquiriram características que as tornam mais resistentes a condições adversas.

Tecnologia e Sistemas de Monitoramento para Fazendas de Gado

A gestão pecuária tem passado por uma verdadeira transformação com a chegada de tecnologias modernas. Hoje, é possível integrar o monitoramento ambiental e a saúde animal, permitindo respostas rápidas a desafios climáticos e decisões mais seguras para proteger os rebanhos.

Sistemas de Monitoramento Climático para Gestão da Fazenda

Os sistemas de monitoramento meteorológico são ferramentas indispensáveis para os pecuaristas. Eles ajudam a compreender como fatores como temperatura e umidade afetam a saúde e o comportamento dos animais. Essa compreensão é fundamental para ajustar práticas de manejo, especialmente em regiões tropicais, e aumentar a eficiência na produção.

No Brasil, os eventos climáticos extremos causam prejuízos estimados em cerca de R$ 13 bilhões por ano. Esses dados reforçam a necessidade de ferramentas que ajudem os produtores a prever e minimizar os impactos do clima. Além disso, essas informações orientam investimentos em infraestrutura e logística e também influenciam decisões financeiras, como a concessão de seguros e crédito rural.

Margareth Simões, pesquisadora da Embrapa Solos, destaca a relevância de métricas para medir o progresso na intensificação sustentável:

"O país precisa urgentemente de indicadores e métricas para quantificar e demonstrar o quanto sua agricultura e pecuária têm evoluído em direção à intensificação sustentável desejada."

Plataformas como o Agritempo, da Embrapa, fornecem dados meteorológicos detalhados para diferentes regiões, ajudando os produtores a planejar atividades como vacinação, manejo reprodutivo e suplementação. Quando combinados com sensores vestíveis, esses dados tornam as análises ainda mais precisas.

Sensores Vestíveis para Monitoramento da Saúde Animal

O mercado de dispositivos para monitoramento de gado está em plena expansão, com crescimento anual superior a 9% previsto entre 2024 e 2032. Ferramentas como coleiras inteligentes e sensores auriculares têm revolucionado o setor, detectando sinais de estresse e alterações na saúde com mais de 90% de precisão.

O AfiCollar, por exemplo, oferece informações detalhadas sobre produtividade, reprodução e saúde animal, monitorando a ruminação e o ciclo de estro. Já o SmartTag tem se mostrado eficaz ao correlacionar dados do dispositivo com observações visuais, sendo ideal para acompanhar alimentação, ruminação e descanso de bovinos e búfalos.

Outro destaque é o MooMonitor, que analisa como a frequência alimentar influencia o comportamento de ruminação e descanso, mostrando que refeições mais frequentes podem reduzir o tempo de ruminação e impactar a produção de leite.

Soberano AI: Gestão de Fazenda com Inteligência Artificial

Soberano AI

Com sensores gerando dados precisos, ferramentas como o Soberano AI levam a gestão pecuária a outro nível. Esse sistema, controlado via WhatsApp, resolve um dos maiores desafios dos produtores: coletar dados diretamente do campo de forma simples e eficiente.

O Soberano AI utiliza inteligência artificial para interpretar comandos enviados pelo WhatsApp, eliminando a necessidade de treinamento especializado. Assim, trabalhadores do campo podem registrar informações do rebanho de maneira prática e natural.

A plataforma oferece insights em tempo real, combinando dados de manejo com informações climáticas. Isso permite decisões estratégicas que aumentam a produtividade e o lucro. O sistema reúne dados sobre peso, pastagem, reprodução e saúde em um único lugar, facilitando o planejamento e a execução das atividades.

A combinação de sensores vestíveis com sistemas de monitoramento ambiental cria uma visão completa da saúde e do comportamento dos animais, além das condições do ambiente. Essa integração facilita decisões que melhoram o bem-estar animal e aumentam a eficiência das operações.

Para adotar essas tecnologias com sucesso, é importante que os produtores avaliem as necessidades específicas de seus rebanhos, testem os dispositivos em projetos piloto e garantam que os sistemas sejam compatíveis com as ferramentas de gestão já existentes. Essa abordagem pode transformar a pecuária, tornando-a mais eficiente e preparada para os desafios do futuro.

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Práticas de Manejo para Proteção Climática

Combinar tecnologia com práticas de manejo eficientes é essencial para enfrentar as variações climáticas. Essa abordagem integrada ajuda a prevenir e reduzir os impactos do clima na produção agropecuária. Abaixo, exploramos algumas dessas práticas que têm mostrado resultados promissores.

Pastejo Rotacionado e Gestão da Água

O pastejo rotacionado é uma técnica que fortalece a resiliência das fazendas às mudanças climáticas, promovendo a produtividade das pastagens e a saúde do solo. Segundo estudos realizados no Canadá, essa prática pode aumentar a produção de matéria seca em até 26,4% quando comparada ao pastejo contínuo. No Brasil, a técnica se destaca ainda mais durante períodos de estiagem, ajudando a manter a produção mesmo em condições adversas.

Para implementar o pastejo rotacionado de forma eficaz, é necessário planejar o número de animais e o tamanho dos piquetes. Essa organização melhora o controle da produção de capim, aumenta a qualidade da forragem e prolonga o período de pastejo.

"Rotational grazing is more than just a farming technique; it's a philosophy that aligns with our commitment to regenerative agriculture."
– Willow Creek Ranch

Outro ponto importante é a integração do manejo da água com o pastejo rotacionado. Sistemas como a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) têm mostrado resultados impressionantes. Por exemplo, enquanto sistemas tradicionais utilizam 60.023 litros de água por quilo de peso de carcaça, os sistemas integrados ILP consomem apenas 18.332 litros – uma economia de mais de 69%.

"As melhores práticas de manejo de resíduos são aquelas propostas de acordo com as características produtivas, ambientais, econômicas e sociais da unidade de produção."
– Julio Palhares, pesquisador da Embrapa

Práticas que promovem a retenção de água no solo, como sistemas de irrigação eficientes e técnicas que minimizam a compactação, também são fundamentais. Na Etiópia, por exemplo, o manejo adequado do pastejo aumentou o sequestro de carbono no solo entre 12,2% e 26%, beneficiando tanto a produtividade quanto o meio ambiente. Além disso, o uso de dados para embasar decisões complementa essas estratégias de manejo.

Tomada de Decisões Baseada em Dados para Redução de Riscos

A pecuária brasileira enfrenta desafios complexos. Projeções indicam que a produção de carne bovina pode cair 25% até 2050 devido às mudanças climáticas e políticas de desmatamento. Paralelamente, a área de pastagem disponível pode encolher 37% em relação aos níveis de 2020. Nesse cenário, decisões baseadas em dados tornam-se indispensáveis.

"The future of the Brazilian cattle sector is set to look very different to how it appears and operates today. The sector has real climate risks it needs to contend with if it is to remain a significant contributor to Brazil's GDP."
– Niamh McCarthy, diretora da Orbitas

O monitoramento contínuo é uma ferramenta poderosa para os produtores. Dados em tempo real sobre clima, saúde do solo, comportamento animal e qualidade das pastagens ajudam a antecipar problemas, como o estresse térmico, e permitem ajustes preventivos no manejo. Além disso, soluções integradas já facilitam a coleta e análise dessas informações, tornando as decisões mais precisas.

A análise de dados também abre portas para novas oportunidades econômicas. Estima-se que as transições climáticas podem gerar um aumento de 88% nos investimentos em agricultura no Brasil até 2050, o que representa uma oportunidade de US$ 157 bilhões. Produtores que adotam práticas sustentáveis e diversificam suas fontes de receita podem aumentar a produtividade por hectare em 18% e observar um crescimento de 19% nos preços da carne em comparação aos níveis de 2020.

Para que essas decisões baseadas em dados sejam implementadas com sucesso, é necessário investir em tecnologia, adquirir bens de capital, melhorar o manejo de pastagens e adotar sistemas integrados. Esses passos não apenas ajudam a mitigar riscos climáticos, mas também promovem uma produção mais eficiente e lucrativa.

Conclusão: Um Caminho para uma Pecuária Melhor

Com um rebanho de 234 milhões de cabeças e desafios climáticos cada vez mais intensos, a pecuária brasileira enfrenta a possibilidade de uma redução de 25% na produção de carne até 2050, caso não se ajuste às novas condições. Como ressaltado por Niamh McCarthy, essa transformação exige mudanças estruturais no setor.

Nesse cenário, as oportunidades de investimento mostram que a sustentabilidade pode ser um diferencial competitivo. E a inovação tecnológica surge como uma estratégia indispensável.

A combinação de tecnologias inteligentes com práticas de manejo eficientes desponta como a alternativa mais promissora. Um exemplo é o Soberano AI, que permite o gerenciamento de fazendas de pecuária de corte diretamente pelo WhatsApp. Essa ferramenta usa inteligência artificial para simplificar a coleta de dados e oferecer insights em tempo real, ajudando a melhorar a produtividade.

Além disso, técnicas práticas e acessíveis, como o manejo adequado de pastagens, o uso racional de fertilizantes e a adoção de sistemas integrados lavoura-pecuária-floresta, já têm mostrado resultados positivos. Essas práticas não apenas aumentam a eficiência, mas também contribuem para tornar os sistemas de produção mais sustentáveis.

O uso de monitoramento baseado em dados também está transformando a forma como os produtores lidam com os desafios diários. Sensores inteligentes, sistemas de climatização e programas nutricionais específicos ajudam a identificar problemas, como o estresse térmico, antes que eles se agravem. Com isso, é possível ajustar o manejo de forma preventiva, protegendo o bem-estar dos animais e garantindo maior eficiência produtiva.

Hoje, sustentabilidade não é mais apenas uma questão ambiental. Fazendas que adotam sistemas de rastreabilidade e monitoram o desmatamento estão se destacando no mercado, conseguindo atender às exigências internacionais e acessar nichos premium.

O futuro da pecuária brasileira está claro: unir tradição e inovação, com decisões guiadas por dados. Com os recursos e ferramentas disponíveis, o setor não só pode enfrentar os desafios climáticos, mas também se tornar mais forte, produtivo e preparado para o futuro.

FAQs

Como os sistemas silvipastoris ajudam a melhorar o bem-estar animal e aumentar a produtividade na pecuária?

Os sistemas silvipastoris desempenham um papel importante no cuidado com os animais, oferecendo sombra e proteção contra condições climáticas extremas, como o calor excessivo. Essa prática ajuda a reduzir o estresse térmico, promovendo uma melhora na saúde dos rebanhos, além de contribuir para o ganho de peso e o aumento na produção de leite.

Esses sistemas também trazem vantagens para o solo e o meio ambiente. Eles ajudam a aumentar a fertilidade do solo, preservam a biodiversidade e tornam o ecossistema de produção mais estável. Um exemplo prático é o uso de árvores como o eucalipto em áreas de pastagem, que tem apresentado resultados positivos em diversas regiões do Brasil, incluindo o Mato Grosso do Sul.

Quais são as vantagens de usar sensores inteligentes e IA para monitorar a saúde do gado?

O uso de sensores inteligentes e sistemas de inteligência artificial (IA) na pecuária tem transformado a maneira como os produtores cuidam de seus rebanhos. Esses dispositivos permitem acompanhar, em tempo real, a saúde e o bem-estar dos animais, identificando rapidamente sinais de estresse térmico, mudanças fisiológicas ou doenças.

Com essa tecnologia, os pecuaristas podem tomar decisões mais precisas, otimizar o manejo e reduzir perdas, como a mortalidade de bezerros. Além disso, a automação contribui para aumentar a produtividade e usar os recursos de forma mais eficiente, resultando em um rebanho mais saudável e maior rentabilidade.

Quais raças de gado são mais resistentes ao calor e como o melhoramento genético pode ajudar a enfrentar as mudanças climáticas?

Algumas raças de gado se destacam quando o assunto é resistência ao calor. O Gir Leiteiro, por exemplo, é amplamente utilizado na formação do Girolando, enquanto raças como o Caracu e o Senepol são mais adequadas para regiões semiáridas. Essas raças apresentam características específicas, como pelagem curta e uma capacidade aprimorada de termorregulação, que ajudam os animais a enfrentarem altas temperaturas com mais facilidade.

O uso do melhoramento genético tem sido uma ferramenta poderosa para aumentar a capacidade do rebanho de lidar com mudanças climáticas. Através da seleção de raças adaptadas e do cruzamento industrial, é possível desenvolver animais que combinam produtividade e resistência. Isso não só contribui para o bem-estar dos animais, mas também mantém a eficiência na produção, mesmo em condições ambientais desafiadoras.

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